26 de junho de 2009

Sinta-se Vivo!


“O tempo se vai. As vezes, penso que precisaria viver apressado, tirar o máximo proveito destes dias que me restam. Hoje em dia, qualquer um pode me dizer, depois de esquadrinhar as minhas rugas: “Mas o senhor ainda é um homem jovem! Ainda. Quantos anos me restam de ‘ainda’”? Penso nisso e me dá pressa, tenho a angustiante sensação de que a vida me foge, como se minhas veias se tivessem aberto e eu não pudesse deter meu sangue. Porque a vida são muitas coisas (trabalho, amizade, saúde, dinheiro, complicações), mas ninguém vai me negar que, quando pensamos nesta palavra, Vida, quando dizemos que ‘nos agarramos a vida’, estamos assimilando-a a outra palavra mais concreta, mais atraente, mais seguramente importante: estamos assimilando-a ao Prazer. Penso no prazer ( qualquer forma de prazer ) e tenho certeza que isso é vida.”

Este trecho foi retirado do livro “A Trégua” de Mario Benedetti , trata-se de uma reflexão do personagem sobre o tempo e a vida prestes a completar 50 anos.

Pois a verdade seja dita: a natureza humana reivindica por Vida.

Eu não gosto de previsões, mas algumas coisas são inevitáveis de serem previstas e uma delas é que, mais cedo ou mais tarde, algo em você vai cobrar esta sensação de estar Vivo.

Outro dia fui assistir uma comédia brasileira que chama “Divã” de José Alvarenga Junior. No seu divã a personagem – atriz Lilia Cabral - dizia estar feliz, mas com alguma coisa que precisava mudar e não sabia bem o que era. Ela acaba mudando a vida através da separação e ok, ela achou um recurso para dar vitalidade e prazer a sua vida e o fez através disto. Mas a que preço? Eu saí do cinema pensando que o caminho que ela tinha escolhido não tinha volta mesmo e que, para ela, só restava ir adiante e fazer o melhor para ser feliz e, de fato dar espaço, para as suas coisas pessoais. O que ela faz.

Mas a questão é que existem muitos jeitos de se dar sentido e prazer à vida e nem sempre se precisa mudar tudo tão radicalmente. Muitas vezes podemos trazer este sentido de vitalidade re-significando o que existe, mudando a forma e equilibrando áreas da vida.

Para alguns, um pouquinho mais de aventura, para outros um espaço para cultura ou quem sabe mais trocas afetivas. Eu sempre digo que temperar com pequenos desafios dá um colorido especial a vida, e que cada pessoa tem o algo que um dia deixou de lado lá bem guardadinho em uma gavetinha chaveada. Quem sabe?

Cada vez mais eu acompanho pessoas que, de alguma forma, foram orientadas para seguirem um caminho que trazia mais segurança, respeito, validação, etc. Muitos foram bem sucedidos neste caminho e hoje se orgulham disto, mas por conta de muita dedicação a uma área especifica perderam coisas importantes que, de alguma maneira, hoje fazem falta.

Os chineses tratam de qualquer questão pelo modelo dos cinco elementos e eu ao associá-los a psicologia abordo cinco áreas fundamentais que pulsam em todos nós buscando satisfação: a material, que nos traz segurança de subsistência (nosso movimento Metal); a afetiva amorosa, que nos nutre das sensações de ser amado, amar, dar e receber afeto ( movimento Terra ); a social relacional, nas quais as interações familiares e de amizade respondem pelas nossas validações e confirmações diversas ( movimento Fogo ); a de lazer, de prazer lúdico e criativo, cuja curiosidade e o desejo de conhecer e experimentar agrega ao pessoal (movimento Madeira) e a área que já foi mais relacionada a religião e hoje é ampliada para o espiritual, que nos dá o conforto e a noção de “sentido maior” quanto ao estar vivo (movimento Água).

Entenda que não estou falando de perfeição ou plenitude total. Ser feliz, ou seja, sentir-se Vivo não tem a ver com perfeição, tem a ver com dar espaço e abrir possibilidades.
Cláudia Guglieri

19 de junho de 2009

Porque todos nós temos talentos

Agora as sextas é das pessoas que venho acompanhando na suas jornadas de crescimento, a proposta é dar espaço para que as pessoas possam se colocar e mostrar seu potencial. O Luis mandou o recado de hoje através de uma poesia.

Lê-la é um desfrute e um aprendizado.

Do amor insaciável

Seria mais fácil represar os rios.
Emudecer o trovão.
Pedir que as águias contenham-se no solo.
Do que tentar entender o amor dos que não amam.
Do que tentar entende o amor dos que não se amam.
Nunca estive tão perto da idéia do quanto as coisas são transitórias.
Nunca vi tantos mortos em volta.
Nunca vi tantas coisas se acabando ao mesmo tempo.
O que afinal vai sobreviver?
O que deixaremos sobreviver?
Que sentido a vida terá além disso?
E existirá vida além disso?
Não quero ser apenas um sobrevivente.
Aquele cara inesquecível cuja a única qualidade é a de ser inesquecível.
O esvaziamento do eu pelo simples esvaziamento.
Trocar seis por meia dúzia.
Ser da oposição do contrário oposto de si mesmo.
Fazer da utopia um idealismo.
Provar que nada faz sentido.
Nadar, nadar, nadar, pra depois morrer na praia.
Sozinho!
Pra onde a gente estava indo mesmo?
Amor ou política amorosa?
Freud ou Jung?
Ninguém precisa nem merece isso.
Nem a puta que pariu.
Chega de gurus.
Chega de mestres.
Que as rádios façam um minuto de silêncio.
Que o bisturi dos cirurgiões parem no ar.
Que o teor de nicotina seja um pouco menor.
Que o grama do ouro não seja tão caro.
Ou não vai sobrar um único porque, uma única razão para se estar vivo.
Mas não.
Nós sabemos tudo.
Tudo.
A vida é como um joguinho Lego.
A gente monta e desmonta quantas vezes quiser.
Quem não quiser a gente chama de insensível.
Todos vão querer.
Menos eu...
Eu prefiro acreditar que há vida em Marte!

Luís Poeta

17 de junho de 2009

Pensamento

Foi enviado por um querido amigo e cliente
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche"
Arnaldo Jabor

16 de junho de 2009

Meditando com o I Ching


O I Ching é o antigo livro de orientações chinês, ele pode nos ajudar no nosso processo na vida. Podemos consultá-lo para tomarmos decisões, para entendermos movimentos das pessoas, para compreender situações...

Hoje fiz a meditação do I Ching e pedi uma orientação para quem lesse o blog.

Aproveite! Esta orientação refere-se as suas situações do momento.

A Grande Força Subjugada –
Hexagrama 26 (Ta Chu)

Acima: Ken – montanha, os obstáculos, a calma
Abaixo: Chien – o céu, a criatividade, o poder


Comentários

Na composição dos trigramas para Ta Chu temos os atributos da maior força, da mais substancial solidez, a qual emite uma luz brilhante; e indica que a renovação é diária.

Indica um valor estabelecido sobre talentos e mérito; existe poder (no trigrama superior) para manter o mais forte em limitação e em “a grande retidão” (requerida no hexagrama)

“Será vantajoso atravessar a grande correnteza”.


“A boa sorte unida aos sujeitos que fazem a refeição fora de casa (não procuram gozar as recompensas na sua família)” mostra como talentos e méritos são estimulados.

Inicia-se a construção de uma via sem erros que o ajudará a nutrir todas as pessoas.
Neste exagrama está contida a idéia de retorno, como se um grande rei retornasse a seu reino depois de um grande período de ausência. No retorno ao grande caminho ele inclui mais um elemento, já pensa em nutrir e ajudar os sábios homens desenvolvendo adeptos ao caminho.

Em razão da mente contemplativa após a (“a grande retidão” ) ele atinge sua primeira consciência e retorna a essência sem erros. Porem, mesmo assim, deve continuar refinando sua mente. Isto realiza nas experiências da vida entre os homens comuns e, por este motivo, se diz “fazer as refeições fora de casa traz boa fortuna” .

“É benéfico cruzar a grande água” traz a idéias de que a tarefa é coberta de responsabilidades e, se analisarmos o todo do hexagrama, vemos a importância do desenvolvimento interior.

Ken – a montanha – é filho do Céu na Terra, ou seja, a solidez vem pela estrutura da força espiritual ou sábia – carrega a certeza inabalável que depende de tempo.

"Só com o tempo aprendemos a confiar na própria sabedoria".


4 de junho de 2009

Fique bem


Não deu certo? Não saiu exatamente como você esperava e você ficou péssimo.

É, quando as coisas não saem do jeito que se imaginou é ruim mesmo, mas não se pode deixar que isto seja tão penoso, que lhe tire o chão ou o desequilibre tanto.

É comum e natural idealizamos um resultado quando fazemos planos e nem sempre este resultado é exatamente do jeito que pensávamos. Ou melhor, na maioria das vezes não é exatamente igual porque a realidade nunca é igual a idealização.

A vida é feita de variáveis e oscilações de todos os tipos e por conta disto estamos sempre tendo que lidar com frustrações.

Frustração é um sentimento de descontentamento que surge quando uma pessoa não realiza desejos ou expectativas e é uma das principais causas de desequilíbrios emocionais e comportamentais.

Dependendo de como uma pessoa lida com esta emoção ela se sentirá mais ou menos satisfeita com a vida. Notaram a sua importância?

Olhem só...pessoas que lidam bem com as frustrações tem mais prazer na vida, conseguem ver e viver o bom que se oferece e se satisfazem muito mais.

Esta variação entre o que esperamos e o que retorna das pessoas ou dos projetos influenciam muito a nossa vida, mais do que possamos notar. Cada vez mais as pessoas estão presas em suas idealizações exatas que ditam o quanto são capazes ou não, vencedoras ou não, o quanto agradam ou não, tanto nos relacionamentos como no profissional.

É meus amigos, muito do descontentamento do dia a dia é fruto de pequenas frustrações.

O pré-requisito exato “tem que ser assim” é primo do descontentamento que é casado com a insatisfação e estes dois geram raiva, tristeza, melancolia, ressentimento e muitas vezes acabam em resignação ou apatia.

Não saiu como você esperava? O que fazer?

Para aquelas coisas que não saíram bem iguais ao imaginado pense que as coisas nunca são exatas, podem ser no máximo próximas do que se esperava.

Para aquelas cujo retorno realmente não houve ou não pode se concretizar existe duas formas saudáveis de lidar.

Tendo em vista qual o objetivo inicial, a primeira delas é criar um plano B e adaptar o esperado ao possível do momento, lembrando da das variações nas respostas; a segunda é mudar totalmente de caminho sem perder o foco, pois o desejo perseguido deve contemplar o objetivo inicial com as devidas variações de retorno, é claro.

Mas atenção! Para os dois casos é necessário FLEXIBILIDADE, ela é o pano de fundo que permite as respostas positivas, pois sem ela a rigidez do “deveria ser assim” trava tudo.

Portanto se você esta aí muito descontente com aquilo que sonhou daquele jeito, repense se só poderia ser assim mesmo... ou se não há outro caminho...

E, se apesar das dicas ainda não conseguir se livrar do descontentamento, me procure.