28 de junho de 2010

Conferências Fronteiras do Pensamento 2

Hoje é dia de conferência do Fronteiras Do Pensamento e a palestra será A África Na Visão de Denis Mukwege. Denis é médico e fundador do Hospital de Panzi, em Bukavu, República Democrática do Congo, onde passou a se dedicar ao atendimento a mulheres vítimas de violência sexual. Uma celebridade em questões humanas que, em 2008, recebeu das Nações Unidas o Prêmio Direitos Humanos pelo seu trabalho de proteção aos direitos e à dignidade de milhares de mulheres congolesas e, em 2009, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz.

Abaixo disponibilizo o resumo oferecido pela UNIMED da ultima conferencia, em que o cientista e tecnólogo Raymond Kurzweil, de certa forma, deu continuidade ao tema inicial do ciclo falando sobre as repercussões da tecnologia da informação nas nossas vidas. Ele abordou questões como o significado do timing para qualquer tipo de invenção, o crescimento exponencial do mundo em contrapartida as possibilidades de crescimento lineares do cérebro humano. Temas que instigam a reflexão de todos nós, pois mudanças significativas vem ai e segundo Kurzweil cada vez mais rápidas.

Raymond Kurzweil: O mundo caminha a passo exponencial
Por Sonia Montaño

“A web dentro de nós, quando mentes e máquinas se tornam um” foi o tema que, no dia de ontem, 14 de junho de 2010, o cientista e inventor norte-americano Raymond Kurzweil, apresentou à plateia do Fronteiras do Pensamento. Foi a primeira teleconferência holográfica do sul do pais. A aparição ao vivo em tamanho natural e tridimensional impressionou o auditório. O conferencista, desde Los Angeles, acompanhava os movimentos do seu público de Porto Alegre através das câmeras e dos microfones instalados no Salão de Atos da UFRGS, inclusive, no final da conferência, respondeu às perguntas do público.
No início do encontro, Raymond Kurzweil narrou suas primeiras invenções, sendo que sua carreira de inventor iniciou aos cinco anos de idade. Após algumas experiências, o cientista chegou à conclusão de que a chave para ser inventor era o timing. Ele lembrou como três anos atrás as pessoas não usavam redes sociais. Estudando as tendências da tecnologia, o norte-americano descobriu uma forma de fazer previsões certeiras sobre as mudanças do mundo.
A tese defendida pelo conferencista, embora tecnológica, levou-o a tecer uma rede interdisciplinar, com consequências para outros campos como o social: as desigualdades, riqueza e pobreza; a saúde e a longevidade; a comunicação. Kurzweil lembrou que, se bem que algumas questões são imprevisíveis como qual empresa será bem-sucedida ou quem vai ganhar a Copa do Mundo, há certas coisas que conseguimos prever. Trata-se daquelas que se regem pelo crescimento exponencial.


Crescimento exponencial
O timing da tecnologia da informação é o do crescimento exponencial. Nossa intuição é lineal, não é exponencial. Essa é a razão pela qual o futuro é tão surpreendente. O crescimento exponencial é explosivo. Para o palestrante, 30 passos dados em termos lineares permitem chegar até 30. Entretanto, 30 passos de crescimento exponencial permitem chegar até um milhão. Ele lembrou que, quando era aluno do MIT, usava um computador que ocupava um espaço enorme e custava dezenas de milhares de dólares. Atualmente, no celular que carregava na mão há um computador que é mil vezes mais potente, 1 milhão de vezes menor e um milhão de vezes mais barato do que aquele do MIT.
A expectativa de vida humana também se beneficia da tecnologia e seu crescimento exponencial. Ela tinha 37 anos em 1800, 47 anos em 1900, e agora está chegando a oitenta. A saúde e a medicina se tornaram uma tecnologia da informação. O genoma poderia ser pensado como o software da vida humana. Hoje, alguns celulares atualizam seu software automaticamente e todos os dias. Contudo, o genoma passou milhões de anos sem ser atualizado.


O genoma como software do corpo humano
Com a tecnologia dos genes, estamos a ponto de controlar a forma como os genes funcionam. Possuímos agora uma nova e poderosa ferramenta, capaz de desligar certos genes. Ela bloqueia genes específicos, evitando que criem certas proteínas como doenças virais, o câncer, e outras enfermidades. Um gene que será possível desligar é o receptor de insulina de gordura, que dá ordens às células gordas para guardarem todas as calorias. Quando esse gene é bloqueado nos ratos, esses ratos comem muito, mas mantêm-se magros e saudáveis, e, em regra, vivem 20% mais tempo. Novos métodos de acrescentar novos genes – a chamada terapia genética –estão também surgindo, depois que foram ultrapassados problemas anteriores de colocação precisa de nova informação genética. Raymond Kurzweil está fazendo um trabalho junto à empresa United Therapeutics, que, entre outras conquistas, conseguiu diminuir a hipertensão pulmonar em animais usando uma nova forma de terapia dos genes. Essa terapia já foi aprovada para testes em humanos. É possível, então injetar no corpo genes que não existiam antes. À medida que progredimos nessas pesquisas, podemos converter o funcionamento dos órgãos em modelos matemáticos para criar simuladores biológicos. Estas tecnologias estão em seu estágio inicial. Elas vão se tornar duplamente mais potentes a cada ano e pelo mesmo custo. Multiplicarão por mil em dez anos e por um milhão em 20 anos.


A teoria da evolução de Kurzweil
Ray Kurzweil apresentou uma máquina de leitura para cegos que foi o primeiro scaner, do tamanho de uma máquina de lavar roupas. Ele explica que a cada ano foi se tornando menor e faz muito mais coisas com o passar do tempo. Hoje cabe num computador na palma da mão. Beneficiamo-nos da lei dos retornos acelerados. Os avanços tecnológicos estão se tornando cada vez mais rápidos. A imprensa levou quatro séculos para conseguir uma plateia maciça. O telefone só levou 50 anos para atingir um quarto da população. O celular fez isso em sete anos. As redes sociais, menos ainda. O processo evolutivo cria uma capacidade, adota essa capacidade, usa-a em seu estágio seguinte, e essa capacidade anda mais rapidamente. Essa é a tese de Kurzweil sobre a evolução em geral e sobre a evolução tecnológica em particular. Ele vê a história em seis épocas. Na primeira, da Física e da Química, um Código Nuclear organiza e mantém a energia/matéria. Na segunda, do DNA, temos um Código Genético, o qual organiza e mantém a vida. Na terceira, era dos homens com seus prodigiosos cérebros, temos um Código Neural que organiza e mantém o cérebro/mente. Na quarta, da Tecnologia, explodem os códigos até convergirem, na quinta, em um Código Holográfico capaz de organizar e manter a consciência. Estaríamos a caminho da sexta, em busca de um Código Cósmico capaz de organizar e manter o universo. Tudo o que sabemos hoje sobre este código é que sua gramática é sábia e sua poética é bela.

13 de junho de 2010

Conferências Fronteiras do Pensamento.

Amanhã acontecerá a segunda edição do ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento. Estou participando e, sem dúvida, está valendo a pena.

A primeira contou com a presença do médico e cientista Miguel Nicollelis com a apresentação “A neurociência do século XXI”. Falou de neurociência e dos avanços tecnológicos da área. Algo bonito de ver e assustador ao mesmo tempo. Saí do Salão de Atos da UFRGS desperta para a realidade do nosso futuro. A união da neurociência a tecnologia da informação é um avanço e tanto, beneficiará inúmeras pessoas no mundo. Ver a possibilidade de soluções para problemas tão graves como o Mal de Parkinson e outras tantas paralisias motoras é encantador.

Sem dúvida, estamos entrando na era da robótica, chips e demais ferramentas como braços e roupas eletrônicas não demoraram muito para estarem em uso. Mas no que se refere ao ser humano e seus limites, me parece um tanto assustador. Sabe-se lá onde isso tudo vai parar.

Dê uma olhada no resumo abaixo, eu recomendo, ele dá uma idéia do que estou tentando passar para vocês.

Amanhã, segunda-feira dia 14/06, o cientista Raymond Kurzweil fará uma apresentação holográfica, estará em tamanha natural e tridimensional no palco, como se estivesse fisicamente presente. Ele tratará acima de tudo da relação de toda esta tecnologia com o ser humano. Este cientista americano, tecnólogo em Inteligência Artificial se dedica a elaborar dispositivos eletrônicos de interação homem-máquina.
Vamos ver!

Resumo da conferencia “A neurociência do século XXI”
Por Sonia Montaño


O século da neurociência
O conferencista convidou a platéia a ver uma imagem de tempestade cerebral e ouvir uma sinfonia neuronal. As imagens e os sons correspondiam à transformação visual e motora em cem neurônios do cérebro de uma macaca chamada Aurora, disparados entre o instante em que ela era estimulada a uma ação e o momento em que ela começou a realizá-la. O cientista demonstrou assim que é possível captar o espaço temporal de um pensamento, a tempestade elétrica que faz com que o sonho se transforme em ação. Essa leitura e a decodificação da atividade elétrica do cérebro são conquistas com profundas implicações na medicina e no futuro de nossa própria espécie e, para demonstrar essa afirmação, o médico foi apresentando ao auditório diversos experimentos realizados em macacos e ratos.

A criação de braços robóticos
Uma primeira consequência da descoberta é a possibilidade de controlar membros mecânicos a distância, novas próteses. O fato vai permitir um dia que a atividade elétrica do nosso cérebro se liberte definitivamente dos limites físicos impostos por nossos corpos. O cientista mostrou esse processo de ida e volta de informações entre um cérebro de verdade e um robô com os experimentos realizados em Aurora. A macaca foi ensinada a jogar videogame, estimulada com o prêmio de suco de laranja a cada acerto. Capaz de jogar durante horas, Aurora aprendeu a ganhar, inclusive a trapacear. Enquanto o animal aprendia a jogar, a tempestade cerebral produzida era registrada com computadores que criavam modelos matemáticos, extraindo os comandos responsáveis pelo movimento. Essa informação era enviada a outra sala onde um braço robótico aprendia a fazer os movimentos da Aurora pela decodificação dos modelos matemáticos. A macaca via numa tela esse braço robótico e foi incorporando-o como próprio. Quatro semanas depois, foi aprendendo a jogar imaginando os movimentos, sem a ação motora. É a própria tempestade elétrica que alimenta agora os 21 modelos que movimentam o braço robótico. O cérebro da Aurora conseguiu se livrar dos limites físicos e agir a distância, só pelo pensamento.


O cérebro, grande simulador
Para explicar a descoberta que demonstra o cérebro como um grande simulador, Nicolelis apresentou outra macaca, Idoya. O experimento que foi realizado com Idoya, a primeira macaca a andar como nós, de forma bipedal numa esteira, mostra sua atividade cerebral e seus padrões de locomoção enquanto caminha na esteira. Idoya realizava essa atividade na costa leste da Carolina do Norte, e sua atividade cerebral era enviada para Kyoto, no Japão, onde um robô decodificava a tempestade cerebral da primata. O robô era projetado na frente da macaca, e ela tinha assim a impressão de que eram suas próprias pernas. Com esse experimento, o médico demonstra que uma simulação produzida por bilhões de neurônios interconectados se amplia, incorporando novas ferramentas como se fossem do próprio cérebro. O corpo passa a terminar agora nos limites da ferramenta que o cérebro controla.

O sonho de criar um corpo artificial
O conferencista explicou que o objetivo de todos os seus experimentos, além de estudar as tempestades do cérebro que mostram nossos desejos, experiências, temores, é usar a interface cérebro-máquina para reabilitar o movimento em casos de lesões medulares.
Cérebros que ainda sonham em vasculhar o mundo e não podem realizar isso porque foram privados da função motora se beneficiarão de uma medula espinhal eletrônica possibilitada por uma veste robótica, um novo corpo que o paciente vai usar como seu. O engenheiro Gordon Cheng, colega de Nicolelis no Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, maior roboticista do mundo, é quem está criando essa veste.

A cura do Mal de Parkinson
Outro dos resultados obtidos por Nicolelis e sua equipe tem a ver com a cura do Mal de Parkinson. Experimentos feitos em um camundongo parkinsoniano, que se encontrava paralisado, mostraram como o cérebro pode receber e processar ordens de movimento. O cientista explicou que o estado parkinsoniano nada mais é que uma crise epiléptica, em que neurônios dispam no mesmo momento. O cérebro precisa de caos, ordem demais é patológico. A sincronia perfeita é a paralisia. Se todos os neurônios disparam ao mesmo tempo, a diversidade que o cérebro precisa ter não ocorre. A solução foi produzir caos dentro da ordem cerebral do camundongo, e dessa forma os pesquisadores conseguiram que o animal recuperasse o movimento sem nenhuma medicação. Esses procedimentos poderão ser usados em futuro próximo em pacientes humanos para essa e outras doenças.

Conclusão: o futuro da neurociência
Para encerrar uma noite que o público demonstrou ser inesquecível, pela calorosa resposta de aplausos em pé ao conferencista, ele reservou os últimos minutos para afirmar que a neurociência do século XXI vai fazer muito pela humanidade. Mais do que explicar quem somos, e suscitar novas terapias, novas curas para doenças que afetam milhões de pessoas, a neurociência e a ciência em geral vão ser agentes de transformação social. Como exemplo dessa afirmação, Nicolelis falou do Instituto Internacional de Neurociências de Natal-Edmond e Lily Safra, em que funciona um arquipélago de conhecimento. Lá o método científico é ferramenta de formação de cidadãos. Segundo o médico, o Instituto está ligado ao mundo da neurociência por uma dimensão virtual que nucleia todos os que querem produzir esse tipo de conhecimento, sem fronteiras, que vai além das universidades, definidas por Nicolelis como castelos medievais. O Instituto é um experimento sociológico em que crianças de periferia provindas das piores escolas avaliadas pelo MEC aprendem ciência de ponta se divertindo em um grande parque de diversões. Elas aprendem fazendo robótica, ciência, tecnologia, informática. Inspiradas em Santos Dumont, o brasileiro que se propôs a voar e voou, as crianças aprendem que elas podem realizar seus próprios voos.


9 de junho de 2010

Dia Dos SEMnamorados

Na semana do dia dos namorados resolvi propor algo diferente. Se você é solteiro não fique de fora.

Estou lançando o Dia Dos SEMnamorados.


Não, não tem ranço nisso. Nem se trata de oposição a comemoração daqueles que festejam estarem juntos. Me agrada ver as pessoas felizes, o espírito amoroso da noite do dia 12 de junho e gosto de curtir com o meu marido.

O que passa é que acompanho uma porção de pessoas que se deixam abater pela data.

Então, nada disso, vamos iniciar uma campanha para que os “desocupados” se divirtam tanto quanto os “ocupados”. Afinal toda desculpa para um vinhozinho com amigos é válida.

O Dia Dos SEMnamorados é dia 11 de junho, na sexta-feira, não fique de fora, reúna os seus amigos, conhecidos e afins e se divirta.

Mande um email, ligue, entre em contato, dê risada da solteirice e aproveite.