Perdoem a pequena ausência, mas os ultimos dias foram de muito trabalho
Neste meio tempo ministrei a oficina Como amar e ser amada nos dias de hoje e foi muito bom. Na sexta passada encontrei uma das participantes que me disse já ter conseguido rever pequenas atitudes na relação com a filha.
Estes retornos que validam o meu esforço e justificam o tempo de dedicação.
Mas nem tudo se sai tão bem e algumas coisas acabam não acontecendo do jeito que nós esperamos. Nesta mesma sexta participei de um programa de rádio, convidada para dar orientações a jovens a respeito de sexo. Foi interessante, pois nos bastidores todos aproveitaram bastante, porém acabei saindo com uma sensação de ter sido superficial e ter deixado passar detalhes importantes, um pouco pelo tempo outro pouco pela dificuldade de concentração.
De todas as perguntas e casos a que mais me chamou a atenção foi a dúvida de um menino quanto ao medo de iniciar uma relação sexual com outro menino e sua dificuldade em conversar sobre isso com os pais. Não tenho certeza da pergunta e talvez nem tenha entendido direito, pois veio por MSN e foi lida para mim, mas acredito que ele disse que achava que era gay e estava com estes medos.
Sobre o medo de iniciar e sobre os pais eu falei, mas o que me faz voltar a esta questão é o fato de não ter deixado claro para este menino que a adolescência é uma fase de experimentos em vários sentidos. Isto se dá para que se propicie decisão e escolhas próprias e, desta forma, vão se definindo identidades.
E ai eu destaco algo importante que perturba uma porção de jovens e por isso não posso deixar passar, só porque nesta fase se deseja alguém do mesmo sexo não significa que se seja gay.
Isso lhe parece estranho? Pois é, mas acontece e muito, porque a adolescência é a fase das ambigüidades, dos experimentos e das escolhas.
Acreditem! As inquietações, a rebeldia ou a timidez vão diminuindo quando, aos poucos, cada um vai percebendo o que realmente gosta, que jeito é o seu ou o que de fato acredita, e com a sexualidade é a mesma coisa.
No início das relações sexuais acontece a mesma coisa, um pouco de dúvidas, medos e ansiedade fazem parte. Tudo é novo e não dá para querer fazer igual ao amigo, mesmo sendo da turma, ele tem os desejos diferentes dos seus, as fantasias também e talvez espere outras coisas das relações sexuais.
Portanto aí vão os meus conselhos para a galera que está desabrochando e fazendo as primeiras investidas e uma referência para os pais das principais dúvidas.
Não tem idade padrão para iniciar, cada um tem o seu momento. Portanto não vá na pilha dos outros! Faça as tuas avaliações, sinta e reflita se é a tua hora, se está pronto, etc... E que se dane o que podem dizer, essa pressão da turma é muito palha.
Ô guri! Tu tá na fase de que chegam a doer as mãos de tanto brincar sozinho e as vezes se sente mal por isso. Pois não se sinta, é isso ai, são os teus hormônios... Não tem problema nenhum e muito menos é pecado.
Prás meninas vale a mesma dica, se tocar, se descobrir, se experimentar só vai fazer bem e não tem nada de pecado nisso, ao contrário, vai te ajudar um bocado a futura mulher e é muito prazeroso. Vou até te dizer prá ter coragem e se experimentar sem ter vergonha de si mesma.
Olha só, sei que querendo saber como é e também para se inspirar o pessoal vai ver filmes pornôs, principalmente os meninos, e tudo bem não tem problema e até, se você já tem idade para isso, pode ser divertido.
Mas atenção meninos, na realidade não é bem assim como mostra ali, as meninas costumam gostar de bem mais romance do que aquele direto ao ponto do filme. Os filmes mostram uma realidade que não tem nada de carinho e de delicadeza e se tu chegar em uma garota e não fizer uns carinhos, dar uns beijinhos e namorar um pouco antes do “rala-e-rola” vai ser ruim pros dois.
Outra coisas IMPORTANTÍSSIMA ... O negócio é serio, CAMISINHA, mesmo que vocês tomem outras preclusões anticoncepcionais, não é só a gravidez tem também as doenças sexualmente transmissíveis. Algumas delas podem ser muito chatas e outras terríveis. Fica ligado!
Ter desejo por alguém do mesmo sexo, não significa ser gay. Tranqüilo, nesta fase até é normal, pare de te condenar por isso e faça o que sentir que é para você e se você se der conta que é por aí, ok, cada um na sua.
Sei que é difícil falar com os pais, tem pai que não dá abertura e tem pai que dá, mas tu não é a fim de falar com eles. Ok, não se obrigue que vai ser pior. Deve ter uma tia ou tio, um primo ou irmão ou qualquer alguém já adulto e experiente por perto. Não fique com dúvidas tire com esta pessoa ou me procure!
Se esqueci de algo me retorna e me pergunta, vou responder só depois do dia 15/05 porque até lá estarei de férias.
Beijos pra galera.
29 de abril de 2009
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