Márcia estava no bar com as amigas quando, lá no fundo, viu um homem que se destacava dos outros. Foi incrível, naquele exato momento seu coração disparou e ela não podia tirar os olhos dele. Ficou vermelha quando os olhares se encontraram e num misto de alegria e perturbação pensou: que olhos queridos, que jeito...ai...
O que está acontecendo aqui?
O inicio de uma teia interna que pode acabar definindo se este relacionamento ocorrerá ou não. Quando ela o viu, acionou alguma lembrança (consciente ou inconsciente), imediatamente foi inundada por sensações e sentimentos, logo surgiram pensamentos que, nesta estória, estimularam o seu comportamento.
Olhe só...
Eles ficaram trocando olhares, ela sentia prazer e ansiedade e lhe passavam pensamentos de todos os tipos. O desejo de falar com ele foi aumentando junto com a idéia de muitas possibilidades... Então ela se encheu de coragem, sorriu e passou a ter um comportamento que dava espaço para a aproximação e, como ele retribuía, ela experimentou de uma sensação maravilhosa por se sentir mais bonita e mais sedutora do que nunca.
Note que, dependendo de como Márcia se sentisse ou do tipo de pensamento que tivesse em relação a olhar dele, a respeito dos homens ou da sua atitude, ela se sentiria encorajada ou não para o passo seguinte. O seu encantamento inicial foi o primeiro estimulo, a sua possibilidade interna foi o seguinte, ela deu consentimento positivo para a seqüência do que poderá acontecer.
Márcia podia não saber o que a atraia naquele homem, mas foi movida por um conjunto de sensações, pelo seu desejo de estar com alguém e pela voz que lhe dizia: é este e, desta forma, permitiu-se olhá-lo com mais ousadia que o seu normal. Ela não sabia por que, mas agora estava tão confiante em si que, discretamente, estimulava cada vez mais a aproximação.
Depois de alguns minutos ele se aproximou e ela sentiu o seu perfume amadeirado e nossa, quase desmanchou.
Ele, apesar do sorriso e dos olhares que trocaram, teve que esquecer que justo hoje estava sem carro e que ele mesmo havia passado a sua camisa. Senta-se e, passando por cima da sua timidez, e do seu receio de um não, inicia uma conversa.
Márcia sente que sua voz está trêmula, mas que se encontrava em um estado de graça. E se alguém os olhassem de fora só notaria o tom romanceado da cena, jamais as inseguranças de ambos.
A estas alturas ela já acreditava que este seria um encontro único e a sua química interna trabalhava para que houvesse mais desejo, fazendo com que todo o seu ser fosse invadido por prazer.
Este exemplo nos mostra que para um relacionamento ter início e sequência, depende muito do universo interno dos envolvidos. O que nos estimula e nos possibilita ir adiante é a forma como “olhamos” as situações.
Vimos, também, como as coisas podem começar e como todo o nosso ser funciona integrado. Ou seja, não existe sentimento dissociado de pensamento... e tenha certeza que o seu comportamento vai ser impulsionado por estes.
Os estímulos iniciais aconteceram através da visão, dos cheiros, do som, os acionadores de químicas e substâncias especificas que vão gerar prazer ou desprazer, mas estes dependem das nossas lembranças... da nossa história, das experiências vividas.
Poder ser assim ou assada nos relacionamentos e nas investidas sexuais depende, muitas vezes, em rever os “óculos” com os quais nos vemos.